20 de jul. de 2014

UMA ESCASSEZ DE APARELHOS CULTURAIS


Postado por Redacao Portal 08 em 18 jul 2014 / 0 Comentário



Todos falam sobre como seria bom se tivéssemos mais pontos para a cultura local, mas ninguém cobra de nossas autoridades a responsabilidade de operacionalizar as politicas publicas dentre elas as politicas culturais.
Para nossos governantes desavisados, cultura é algo irrelevante sem importância e que pode ser protelado, mas a realidade cobra com a vida e o futuro de nossos cidadãos.
Recentemente, como é notório, a cidade de Eunápolis se configura como um das piores cidades para a juventude. Mas alguém aí já se perguntou por que isso?
A mais de uma década, no Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, foi debatida qual a função social dos aparelhos de cultura nas cidades e municípios, principalmente aqueles longe dos grandes centros, e chegou-se a conclusão que assim como a educação e o preparo para a vida profissional, a juventude necessita que o estado e a iniciativa privada proporcionem a esta faixa etária da sociedade uma vida cultural sadia e que lhe envolva de fato.
Mas a realidade é bem diferente e cruel, e o que se vê é  a  nossa juventude morrendo; é mais que uma guerra, os números são alarmantes, mas nos, a dita sociedade, nos acostumamos  com a vida cruel que nos cerca. Alguns dizem: é assim mesmo. E pronto.
O que os políticos devem saber é que existem meios de se fazer cultura de maneira sadia é que traga ao cidadão benefícios reais.
Os mecanismos estão aí para quem quer ver. O Sistema Nacional de Cultura  que é semelhante a outros sistemas públicos de políticas públicas, como por exemplo, o Sistema Único de Saúde e de assistência social. É um modelo de gestão que objetiva basicamente garantir direitos, e no caso os direitos culturais, por meio de uma gestão descentralizada que envolve a União, os estados, os municípios.
Segundo o Secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Bernardo Machado que explica de maneira simplificada, que é o modelo do CPF: todos os entes federados devem ter conselhos, C de conselhos, P de planos, ou seja, planeja as suas políticas no longo prazo, e tem os fundos – F de fundos para receber repasse de recursos e para cooperarem entre si. Basicamente é isso.
Além disso, o sistema recomenda que todos realizem conferências, que são momentos em que a sociedade e o governo se encontram para dialogar e para avaliar as políticas culturais, e que tenham órgãos específicos para tocar aquela política. Por isso insiste que os municípios, tenham suas secretárias de cultura, que realmente funcionem, assim como a União têm um órgão específico para tratar a cultura.
Centro de Cultura de Porto Seguro, um dos poucos equipamentos deste porte na região
Para entendermos como funciona  essa política pública a norma maior que está na constituição brasileira, que é o artigo 215 A, que diz que tanto a União quanto os estados, quanto os municípios, devem ter seus sistemas de cultura conectados entre si.
No fim das contas, o que vemos é falta de vontade politica de realmente  se preocupar com o futuro de nosso país, e logo de nossas cidades. Politica cultural é do povo para o povo, mas o dever de dar o start  é de quem administra os municípios, ou vamos continuar nas mãos de meia dúzia que acham que fazer cultura é algo, como digamos assim , um luxo. Não é luxo é base. A fonte de sabedoria de um povo não pode ser destruída pela ignorância de meia dúzia que não querem fazer e nem deixa quem já faz fazer.
O ator, escritor e jornalista Fábio Del Porto, colaborador do portal08news.com
Parabéns aos que fazem sem serem reconhecidos, parabéns aos que amam e vivem o que é nosso.
Paz e ética. Até mais galera.

Por Fabio Del Porto - ator e jornalista

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